ANÁLISE - BRINQUEDO ASSASSINO 2

Muitas franquias de horror da década de 80, começavam bem, e depois iam perdendo a qualidade bruscamente nas continuações que iam vindo com o passar dos anos.

Uma franquia que surgiu no finzinho da década de 80, mais precisamente em 1988, e que conseguiu manter um nível legal nas continuações, foi a série Brinquedo Assassino (Child's Play) que apresentava o assassino Charles "Chucky" Lee Ray, que prestes à morrer, transferiu sua alma para um boneco da marca "Good Guy" (Cara Legal, ou Bonzinho como dizem nos filmes) e conseguiu assim, fugir da morte, e espalhar mais sangue e medo por toda parte.

No primeiro filme, também somos apresentados ao garotinho de 6 anos Andy Barclay (Alex Vincent, que sumiu depois do Brinquedo Assassino 2) que ganha de presente de aniversário um boneco Good Guy, que, na verdade, é aquele possuído pelo famoso Chucky, o "Estrangulador de Lake Shore". O assassino, em certa parte do filme, descobre que se não transferir sua alma para a primeira pessoa para quem se revelou, pode se tornar humano, e ficar preso naquele corpo para sempre. Ele então, tenta, à todo custo, transferir sua alma para o corpo do pobre garotinho Andy, que agora só conta com a ajuda de sua mãe Karen (Katherine Hicks) e do detetive Mike Norris (Chris Sarandon, de "A Hora do Espanto").
Eles tentam de tudo, queimam o boneco, espedaçam, e ele continua vivo, até que descobrem o ponto fraco - o coração - e o matam de vez.

O filme não era aquela coisa de slasher, tripa pra todo lado e sangue aos borbotões, mas sim um suspense, em que o boneco não aparecia muito, aparecia mesmo era no final. E esse suspense é o que deixa o filme interessante e bom de se assistir.
Nessa continuação, esse clima de suspense foi diminuído, mas isso não tornou o filme ruim, até por que, é considerado pela maioria dos fãs, inclusive por mim, a melhor continuação.

O filme começa com a reconstrução do boneco, que está do jeitinho que o vimos morrer no primeiro filme. Ao final de sua construção, quando vão ser colocados os olhos do boneco, um funcionário da fabrica de brinquedos que estava colocando os olhos no boneco morre, após receber um raio, que como podemos ver, é o sinal de que Chucky volta a vida.

Enquanto isso descobrimos que a mãe de Andy fora internada em um manicômio, julgada como louca pela história do Chucky, e que Andy está em um orfanato, esperando por adoção. Ele é adotado pelo casal Phil e Joane Simpson. Quando chega à casa, conhece a também adotada Kyle (a gostosíssima Christine Elise) que no começo o odeia, mas logo logo se tornará seu maior aliado.

A essa altura, Chucky ja começou sua trilha de sangue novamente, e já descobriu onde se encontra Andy, e é pra lá que vai se dirigir. Ele pega carona com um funcionário de fabrica de brinquedos, o faz dirigir até lá, e o mata de uma maneira beeeeem legal (hehe).

Na casa em que Andy agora está morando, existe um boneco Good Guy, chamado Tommy, que assusta Andy (que ainda está traumatizado pelos acontecimentos com o Chucky).

Chucky, ao chegar na casa (ele entra pela porta da frente com muita facilidade, um erro do filme) encontra esse Good Guy, deforma toda a sua cara e o enterra no jardim da casa, tomando o seu lugar agora, e começando seu plano para passar sua alma para o corpo de Andy.

À partir daí, começa o eterno "Chucky me atacou e ninguém acredita em mim" (hehe).

Uma novidade nesse filme são as cenas na escola do Andy, que trazem a melhor morte do filme, em que Chucky mata uma professora do Andy de uma maneira muito cruel.
Tudo piora quando Chucky mata o Sr. Simpson e todos pensam que foi Andy. Andy volta para o orfanato, e nessa noite, Kyle pega o boneco do Chucky e joga em uma lixeira. De repente, ela descobre o outro boneco, Tommy, enterrado no jardim, olha na lixeira, e Chucky sumiu. Ela entra na casa e descobre - Joane morreu.

À partir daí, Kyle vira a maior protetora de Andy. Ela é forçada a levar Chucky até Andy, que arruma uma maneira de levá-lo para um lugar longe, onde poderá transferir sua alma para ele tranquilamente. No meio dessas cenas ocorre um erro no filme - A câmera dá um close no nariz de Chucky e o mostra sangrando, e de repente, quando o mostra de longe, seu nariz está limpo. Um outro erro do filme.

As cenas da fábrica são as melhores de todo o filme, com muita perseguição e sangue. Mas aí começa o terrível clichê - matam Chucky e ele sobrevive.

E também há um sério erro que eu apelidei de "erro de heroísmo". Kyle está prestes a morrer sendo derretida por uma máquina, está desmaiada, de repente Andy chega, e na hora em que ela vai entrar na máquina, já acorda e sai correndo, deixando bem evidente a encenação.

Uma cena ótima na fábrica é quando Chucky arranca sua mão que ficou presa em uma grade e coloca a faca no lugar. Muito sangue e agonia nessa cena.

É uma ótima continuação, mas que, infelizmente, cai em alguns cliches, o que diminui um pouco a qualidade do filme, mas não o deixando ruim, já que essa consegue ser a melhor continuação.

A trilha sonora é bem legal, mas não fica num tom de terror em algumas partes, combina mesmo é com o clima da fabrica de brinquedos no final.

A morte de Chucky também foi bem sangrenta, mas um pouco engraçada (é enfiado uma mangueira de ar em sua boca e sua cabeça explode)

E os efeitos especiais melhoraram bastante, como aquele raio que começa na hora do vodu "Damballa". Apenas o boneco está com algumas expressões um pouco feias, mas ainda assim traz um clima de medo ao filme.

Enfim, John Lafia acertou a mão nessa continuação, que também foi escrita por Don Mancini, o mesmo roteirista do original. A outra continuação, Brinquedo Assassino 3, também conseguiu manter um clima de terror legal, ao contrario das outras duas que vieram em 1998 e 2005 - A Noiva de Chucky (Bride of Chucky) e O Filho de Chucky (Seed of Chucky).

Apesar das falhas e cliches, esse sim, é uma otima continuação.

NOTA - 9,5

CHUCKYGUI - FILME TEM Q SER DE ARREPIAR